Negócios à Benfica! Lavagem de dinheiro entre encarnados e Valencia investigada pelo Ministério Público
Miguel Zorío, ex dirigente dos espanhóis, apresentou uma queixa às entidades competentes e deu novas proporções ao escândalo dos vermelhos e brancos
A SAD do Benfica tem sido alvo de várias investigações no que toca a corrupção na Liga Portuguesa e não só. Agora, a situação expandiu-se e tomou outras proporções, já que as acusações e investigações não se restringem apenas ao paradigma nacional.
Miguel Zorío, antigo vice presidente do Valencia em 2009/10, apresentou ao Ministério Público português uma denúncia contra o Benfica. A queixa feita alega mais crimes por corrupção, neste caso internacional, branqueamento de capitais, entre outros. No entanto, a queixa inclui além da SAD benfiquista, o próprio Valencia, Jorge Mendes e os auditores das duas sociedades.
Na acusação, pede-se que seja investigada as transferências de Rodrigo Moreno, André Gomes, João Cancelo e Enzo Pérez para o clube espanhol, mas o nome de Jonas também está incluído. O antigo dirigente acredita que foi montado um esquema que lesou o Valencia, com o objetivo de salvar o Benfica, depois da Meriton Holdings, de Peter Lim, adquirir a maioria do clube do país vizinho.
“Quero saber onde está o dinheiro que o Valencia pagou ao Benfica por quatro jogadores e porque foi oferecido ao Benfica um internacional brasileiro como Jonas”. Além disso, Zorío fez as contas ao caso “André Gomes custou 15M ao Valencia e ao Benfica somente 9 milhões de euros. Por Cancelo, saíram do Valencia 15M e chegaram ao Benfica somente 6M. Quanto a Rodrigo Moreno, que é o caso mais escandaloso, o Valencia pagou 30M, mais 10M em variáveis, e ao Benfica chegaram apenas 12M, mais 7M. Ao Benfica falta dinheiro e ao Valencia alegadamente roubaram-lhe”.
Não se fixando apenas no Benfica, explica também a necessidade de investigar os negócios entre o emblema espanhol como o Porto “O MP trabalha muito bem e já leva algum tempo a investigar possíveis delitos de clubes portugueses” e acrescentou, “Este caso é idêntico ao da investigação do MP ao Santa Clara, desde 2020. Além disso, há crimes de branqueamento de capitais, falsificação de documentos e, neste caso, o que tentei aproveitar, e que pode ser investigado em Portugal, é um caso de corrupção internacional das suas empresas”.
“É claríssimo que o Valencia colocou no Benfica quase 100M. Mais de metade desse dinheiro perdeu-se pelo caminho. O Benfica, em 2014, estava muito mal economicamente. Com a compra do Valencia por Peter Lim e Jorge Mendes, utilizou-se o dinheiro para salva o Benfica. Creio que se cometeram presumíveis delitos”, e acrescenta, alegando que Lim e os restantes envolvidos na compra do Valencia “Sabiam como movimentar o dinheiro fora dos circuitos legais” fazendo uso de uma rede de empresas offshore.