Miguel Sousa Tavares sobre jogo com o City: “Sporting foi completamente esmagado”
Escritor e jornalista português assinou, na sua coluna de opinião no jornal Record, um artigo sobre a vitória dos leões e a figura do seu treinador
Miguel Sousa Tavares assinou o seu mais recente artigo de opinião no jornal Record sobre o momento do Sporting, depois do jogo contra o Manchester City, dando algum ênfase ao encontro e, ainda, à saída de Rúben Amorim para a Premier League, para treinar o United.
“Rúben Amorim para a eternidade! Um jovem e grandessíssimo treinador, um cavalheiro do futebol, saiu de Alvalade como qualquer um de nós gostaria de sair de qualquer sítio onde fomos felizes (…) E, todavia, ele que é sério, sabe que o resultado foi bem mais sortudo do que o decurso do jogo faria prever: 33% de posse de bola contra 66%; 9 remates contra 20; 1 canto contra 11. E uma primeira parte onde o Sporting foi completamente esmagado”, começou por escrever.
De seguida, explicou como, na sua óptica, o Sporting conseguiu dar a volta ao jogo: “A solução: bola para a frente para o Gyokeres – falhou à primeira, acertou à segunda. Não foram dois ataques da equipa, foram duas correrias a solo desse para-fenómeno. Depois, três minutos encantados que valeram dois golos e deixaram o City à deriva (…) Eu vibrei, como se fosse sportinguista: pelo futebol português, pelo Rúben Amorim, que merecia uma despedida como esta, e pela humilhação do City, um dos maiores batoteiros do suposto fair-play europeu”, não deixando de destacar as exibições de Pote, Israel, Araújo, Quenda, Trincão, Matheus Nunes – e Bernardo Silva, pela negativa.
O escritor e jornalista guardou, depois, palavras para a situação com Rúben Amorim: “Já tudo se disse e escreveu sobre a deserção de Amorim do Sporting para o Manchester United, após quatro anos e meio em que, mais do que os dois títulos de campeão obtidos, revolucionou por completo o futebol, a organização e a atitude dos leões. Entre a gratidão e a revolta, os sportinguistas vivem agora o que já muitos outros viveram antes. No futebol a única fidelidade garantida é a dos adeptos”, atirou.
“No caso de Rúben Amorim, poucos conquistaram como ele o direito de se fazerem a mais altos voos, uma vez cumprida de forma brilhante a sua missão em Alvalade e firmado, por mérito próprio, o seu prestígio além fronteiras”, continuou, partilhando, no entanto, um lamento: “Pessoalmente, só lamento que vá para o United, um clube snob vendido ao novo-riquismo do dinheiro americano e inglês”, atitude que, segundo Sousa Tavares, Amorim também terá de mudar.
Por fim, Sousa Tavares destacou o jogador que pode substituir Amorim como grande referência do Clube: “No caso do Sporting, que vai abandonar em posição privilegiadíssima para renovar o título de campeão e em posição magnífica para seguir para os ‘oitavos’ da Champions, será também interessante ver até que ponto a parte de mérito dele, que é indiscutível, é dissociável dos feitos desse jogador quase para-humano que é Gyokeres”.